UM DIA QUE ME LEVA A PENSAR.
NESSA MESMA DATA, 13 DE ABRIL, A DOIS ANOS ATRÁS, EU INICIEI UMA NOVA ETAPA NA ELABORAÇÃO DA MINHA VIDA. ALGO QUE ME PARECIA
SUPREENDENTEMENTE DOLOROSO.
O QUE ME FAZ PENSAR, É O DESEJO REFLEXIVO DE OLHAR PARA TRÁS E REVER AQUELES TEMPOS, COMPREENDÊ-LOS.
ERAMOS PESSOAS PRÓXIMAS, MAS NOS FAZÍAMOS MAL,
MAS NÃO APENAS ISSO, NOS FAZÍAMOS BEM TAMBÉM.
ATUALMENTE A HISTÓRIA LONGA DESSE RELACIONAMENTO
SE TORNA CADA VEZ MAIS AUTÔNOMA
ME RETIRANDO A IDENTIFICAÇÃO,
A CENTRALIDADE DA COISA TODA.
PARECE QUE FOI COM OUTRA PESSOA E NÃO COMIGO.
MAS AINDA HOJE USO ISSO TUDO COMO REFERÊNCIA. COMPARO.
AINDA BEM QUE DEIXEI A ALGUM TEMPO DE LADO TODA E QUALQUER EXPECTATIVA EM RELAÇÃO AO QUE FOI.
NUNCA QUIS REATAR, MAS DESEJA AS VEZES CONTATO E CONSIDERAÇÃO.
AGORA NÃO DESEJO NADA MAIS DO QUE VIR AQUI E ESCREVER SOBRE. ASSIM ME SINTO CUMPRIDORA DA MINHA PRÓPRIA VIDA.
A UM ANO ATRÁS, ESSA DATA FOI BEM MAIS DOLOROSA.
ESCREVEI AQUI TAMBÉM. E JÁ QUE ESTOU FAZENDO UM EXERCÍCIO REFLEXIVO VALE A PENA RELER O QUE ME APETECIA O CORAÇÃO A UM ANO ATRÁS.
SEGUE O TEXTO DE OUTRORA:
Véspera do dia mais difícil da minha vidinha sem graça.
É algo inenarrável... não há palavras, músicas, imagens ou qualquer outro tipo de manifestação que traduza na intensidade correta o que de fato foi pra mim esse dia, e os outros que se seguiram.
Mas hoje, e justamente hoje, o que sinto é narrável, e distante de tanta confusão. Essa conversa de que o tempo é o melhor amigo das horas tristes, tem alguma razão, por que mesmo sendo o tempo uma construção humana, ele devora a lembrança, e cerceia o coração.
Agora você é distante. Não o suficiente pra me deixar além de você. Mas o suficiente pra me sentar aqui e escrever sobre isso de forma serena. Com uma pontinha de lembrança dolorida. Com uma saudadezinha daquilo que foi bom e principalmente daquela sensação de segurança, que me fazia tão bem.
É que você era meu porto seguro. Nesses dias entendi que há diversos portos, e que só é preciso eu ancorar minha instabilidade em qualquer um deles. Mas as vezes acho que minha bússola ainda aponta pro seu norte.
Norte, sul, leste, oeste. Tudo depende de um referencial. Você não é mais meu referencial. Foi me tirado a rota por águas calmas. Tive que forçadamente me lançar "por mares nunca dantes navegados", enfrentar os perigos das noites de sábado, sozinha. Tive de reconhecer a beleza do nascer do sol enquadrada pela minha janela, sem ter ninguém com quem compartilhar.
Foi difícil. Doeu muito. Chorei. Dormi. Só não desisti. Por mais que as minhas forças minguassem.
Agora tô aqui. As vésperas.
Meu coração conhece já novas rotas. Há um caminho que eu desejo muito percorrer até o fim. Acabei de inciar a viagem, mas acredito que pode ser uma boa ida. E se não for, eu mudo pra rota alternativa. Me acostumei com isso.
Ainda faz falta. Você faz falta. Aquela vida previsível e igual, faz falta.
Caminhos novos já encontrei. Agora sonhos? Sonhos ainda não......
Os sonhos ainda estão temerosos.
A história do vazio está justamente aí: na ausência dos sonhos. na ausência de você.
Por que meu sonho era com você. Eu era você, era seu reflexo e seu complemento. Essa coisa toda é meio dramática.
Mas ainda são as vésperas, as primeiras vésperas. Já há muito o que comemorar. Já há muita obra, e, também há esperança e esforço.
Há vida após você.
POIS É, ANO PASSADO A COISA ESTAVA MAIS DEPRÊ.
NORMAL SER ASSIM.
ANO QUE VEM EU FAÇO OUTRO RETROSPECTO E VEJO NO QUE DEU MAIS 365 DIAS DE DISTÂNCIA DESSA DATA TÃO MARCANTE.
SÓ NÃO O FAREI SE NÃO ESTIVER MAIS VIVA,
FORA ISSO, TENHO CERTEZA E QUE O ESCREVEREI.
A VIDA SEGUE,
FAZER O QUE, ELA CONTINUA INDO MESMO QUE EU NÃO SIGA JUNTO.
MAS NÃO, NÃO MESMO, EU ESTOU SEGUINDO SIM, ESTOU CADA VEZ MAIS LÁ, E AINDA ASSIM COM O PÉ CÁ.
4 comentários:
Nossa... cada vez mais acho que as fases de uma história de amor são as mesmas pra todas as pessoas! Me identifiquei muito com esse post... coisas de fim de relacionamento! Ai, ai...
Nem o fim é eterno ou será que é?
Esse "fim" eu espero que seja. Que ele dure a eternidade da minha vida.
Posso lhe dar novo combustível para pensar, Michelle? Imagine que somos seres extrafísicos por natureza, não somos daqui, assim como não somos nosso corpo e nem a mente (esta, produto do cérebro). Por razões evolutivas mergulhamos num planetinha de sonhos, esse nosso aqui, e, ao animarmos um corpinho novo e desconhecido, por tarefa tão intensa perdemos a identidade do que somos. Aí abrem-se os parênteses para toda a sorte de ilusão que criamos para nós mesmos. Fecha parêntese. Mas, donde vem essa linha há um imenso novelo e, melhor, passível de ser descoberto praticamente mesmo na condição que estamos. Vontade e inteligência são as ferramentas.
Boas reflexões. Samir
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