Faz um tempo já que queria escrever. Mas por diversas vezes desisti. Ora por falta de me encontrar com as palavaras corretas, ora por sentir uma pontinha de vergonha dos motivos que me traziam aqui.
Mas agora preciso mesmo escrever. Preciso narrar essa ausência de sentimentos grandiosos e dizer da pouca coisa que sinto. Falar sobre o como as frustrações dessa vida me cansam.
Nessa semana fui atinginda em cheio por vezes seguidas. Isso com minha permissão, é claro. Por que não há nada que ocorra comigo que não tenha minha permissão. Só queria me recordar em que momento eu permito, em qual parte eu me confundo, ou me perco, ou me transporto pra outra realidade e dou essa maldita permissão.
Mas cansei. Ao menos percebi mais rápido dessa vez. Na tentativa de ser um poço de compreensão, de ser digna e maleável, abro mão de espaços e pormenores que de fato me são muito caros.
Que isso não se repita mais. Que os meus limites também sejam limites.
É, não sei muita coisa sobre mim. Que grande confusão. E eu só estava tentando ter um sonho novo. Só me pareceu viável. Mas tenho que me ater a um detalhe primordial: sonhos são frívolos, curtos e sem uma lógica segura. Os sonhos só dizem respeito ao mundo do impossível, do impensado, do idiota.
Ao me deitar ontem a noite, pensei: "ah! deixa isso tudo pra lá, no fim, nada importa, logo os sentidos se perdem e não vai haver motivos pra nenhuma agonia, outras coisas que a princípio pareciam e eram bem maiores, viraram um nada. Um nada porque não há quem se importe."
Tomara que toda essa estratégia dê certo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário